terça-feira, 20 de março de 2012

Roubei a cena mais uma vez.

Roubei a cena mais uma vez, mas dessa vez juro que foi sem querer. Minha mãe diz que desde cedo eu sempre quis chamar a atenção, quando criança andando de bicicleta, jogando bola na rua, na escola cantando durante a aula, em casa brigando com meu irmão. Eu culpo ela lembrando um acidente doméstico causado por ela mesma, onde eu bati a cabeça no chão quando ainda tinha 2 meses de vida. E desde então a minha vida tem sido um constante acidente.
Hoje domingo, 11 de março fui a uma festa de aniversário, festa em família. E antes do dia da festa chegar eu estava disposto a não roubar a cena de ninguém, não chamar a atenção. Certamente alguém me perguntaria o que havia comigo, se o gato comeu minha língua, se eu estava com dor de barriga, se eu havia brigado com uma namorada, enfim, eu não seria eu mesmo, mas todos ficariam felizes, principalmente o dono da festa.

Já perdi a conta de quantas vezes eu acabei sendo assunto maior da festa. No ultimo aniversário da minha avó, fiz um discurso que todo mundo chorou, até minha avó, e até hoje os rapa da família vem me dizer “vc foi ótimo” “maravilha”, ninguém lembra quantos anos a minha avó fez naquele aniversário.

Em toda festa de família lá estou eu, contando a melhor piada, levantando a mesa no jogo truco, dando o pulo mais arriscado na piscina. Mas ontem, antes da festa chegar minha mãe disse, “chega, acabou, não quero gracinhas”.
E Realmente eu estava disposto a ficar na minha, de verdade. Acordei hoje de manhã, levantei, vi o jornal no sofá da sala e fui ler o horóscopo, pra mim essa é a melhor função do jornal, informar o horóscopo do dia aos leitores, ao folheá-lo dei de cara com uma foto minha na coluna social, um texto curto dando parabéns a mim e minha família pela minha graduação em Publicidade e Propaganda e ainda me destacando para uns dos papeis mais importante do espetáculo Via Crucis 2012 com o personagem “Pedro”.
Fiquei imensamente Feliz, querendo abrir a janela do quarto e gritar alto, mostrar o jornal pros vizinhos, ligar para os amigos, mas não, lembrei-me do “ chega, acabou, não quero mais gracinhas”...engoli a seco a idéia de me comportar da maneira como nunca fui. Eu realmente estava disposto, juro que estava, de verdade.

Fui para a festa da família, aniversário de 10 anos da minha prima. Um domingo ensolarado, quente, abafado, e lá fui chegando, cumprimentando um primo, dando abraços nos tios e beijo nas tias como sempre fiz. E... Eu estava disposto mesmo a ficar na minha, até que um ser, acha no sofá o jornal do dia que logo as folhas vão parar cada uma em uma mão. E aí. “Ohhhhhhhhhhhh Marcão cê ta no Jornal”. No jornal mais conceituado e mais tradicional da Região “O Liberal”. Finjo que não é comigo, finjo que não ouvi direito, me faço de desentendido, porque eu estava mesmo literalmente disposto a não roubar a cena de NINGUÈM. Aí, aquele que viu a matéria e a foto, fala pra um que fala pra outro e pra outro e logo a família toda que não é pequena está toda orgulhosa. Me elogiaram, me abraçaram, meu tio falou que ia mandar enquadrar aquela pagina e colocar na parede da sala da casa dele. E teve gente que até chorou, e embora isso para alguns pareça uma coisa simples e corriqueira, somente nós sabemos o porquê de tanto alvoroço, simplesmente porque ali naquele pedacinho de papel tem também o pedacinho de cada um deles. De lagrimas que rolaram por me ver internado, sendo interrompido de levar a vida adiante, uma vida que certamente naquele momento todos tinham certeza que seria de grande sucesso. Também rolaram as lagrimas de alegria ao me ver andar novamente, a disposição e o empenho de cada um para cuidar de mim, dar banho, levar para fisioterapia, consulta médica, curativos, todos ali naquele momento foram testemunhas da minha dor, da surra da vida e finalmente todos foram testemunhas da minha superação e o melhor de tudo sabendo que a superação só foi possível por causa deles, tudo isso resumido em um simples papel, uma foto e um texto.
E só agora acho que eles entendem o que a muito eu dizia, que tudo foi necessário, e como meu tio disse, “você teve que quebrar a perna pra andar no caminho que é seu”... Até mesmo na hora de cortar o bolo me obrigaram a fazer um discurso, e ao contrário do que todos esperavam, não falei de mim, falei da minha prima, a aniversariante, e da família toda de uma forma geral. Afinal eu estava disposto a não roubar a cena de NINGUÉM.
Eu sei que todos foram embora levando na memória deste dia, a foto do jornal e o filme que lhes passou na cabeça ao vê-la, do que propriamente o aniversário da minha prima. E sem querer eu acabei roubando a cena, mas todos são testemunhas de que foi sem querer mesmo.

E eu, não muito diferente deles, fui embora lembrando de cada momento junto a família, de tudo que fizeram por mim. Momentos estes que pra mim são simplificados em 3 frases.
“Tudo na vida passa, mas a família permanece” – Wilson Franco Jr O amor que existe aqui não se encontra enlatado, porque ainda que tristeza a felicidade prevalece” – Iceberg, e “ hoje 25/09/2006 marca o começo de um novo Marcão, um Marcão de sucesso” – Grande amigo Mauro Bosi.

3 comentários:

  1. Aplaudo de pé, existem muitos suspiros, jogam-se rosas, pelúcias e afins.
    Os assovios persistem, todos transbordam de orgulho.
    Uma coisa eu não nego, sou sua fã “gente estrela” e assim permanece!
    Ainda bem que te conheci ;-)

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  2. Legal jovem aproveite sua ótima oratória siga os caminhos de Jesus Cristo e pregue a palavra dEle em todos os lugares.

    Paulo Crisp

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  3. Aee Marcão.. arrasando como sempre!!

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